quarta-feira, 31 de julho de 2013

“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15,16).

clip_image002Estamos no mês de agosto, um mês muito rico para a nossa vida em geral. É rico para a nossa vida familiar porque comemoramos o Dia dos Pais e temos a Semana da Família.

É rico para a vida eclesial, pois temos grandes solenidades como a Transfiguração do Senhor, a Assunção de Nossa Senhora e Nossa Senhora Rainha. Celebramos grandes nomes da Igreja como Santo Afonso, São Lourenço, padroeiro dos diáconos, Santa Clara, tão querida do nosso povo, Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina e que nos recorda a missão continental, o martírio de São João Batista, Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, a quem recordamos pelo amor ao seu filho e suas lágrimas pela sua conversão.

Recordo, ainda, o grande São João Maria Vianney, o Cura d’Ars. Ele é o padroeiro dos nossos padres e sua memória é a grande motivação para que o mês de agosto seja o mês V ocacional.

Neste mês, pensamos na vocação dos leigos e leigas, chamados a servir ao Reino de Deus através da sua índole secular, ou seja, sendo fermento na massa, sal da terra e luz do mundo em todos os ambientes em que vivem, ou seja, ambiente familiar, escolar, social, profissional, eclesial, no lazer, etc. Pelo testemunho dos leigos e leigas, muitas pessoas são motivadas a crer em Jesus Cristo, que nos leva à conversão e à participação na comunidade eclesial e na ação evangelizadora da Igreja, como discípulos e missionários.

Refletimos também sobre a vocação religiosa, a vocação daquelas pessoas que procuram seguir Jesus e à Igreja pela vivência dos conselhos evangélicos: obediência, pobreza e castidade, na vida comunitária e no serviço a Deus e aos irmãos e irmãs, através da missão específica da ordem ou da congregação religiosa. Gostaria de pedir a sua atenção para a vocação sacerdotal. Todos nós sabemos da necessidade e da falta que temos de padres no nosso país, não apenas nas áreas missionárias mais distantes da nossa pátria, mas também, nas grandes cidades que crescem assustadoramente e o número de padres não acompanha este crescimento, com graves conseqüências para o povo de Deus, como a dificuldade para a participação na vida da Igreja, em especial nos sacramentos, a falta de acompanhamento espiritual e a pouca presença da Igreja nas grandes e graves questões que marcam a nossa época. Precisamos rezar, e rezar muito, para que tenhamos mais padres, e também para que os nossos padres sejam cada vez mais santos, fiéis a Jesus Cristo que os chama, e à missão que lhes é confiada.

Vocação é um chamado do Senhor. É Deus quem chama e envia. A iniciativa é toda de Deus. “Não fostes vós que me escolhestes mas eu vos escolhi e vos designei para que vades e produzais frutos e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16).Deus quando chama, Ele leva em conta toda a sua pessoa, a começar pelo nome, passando pela sua família e pela sua história. Nada fica de lado em sua vida. Quando Deus chama, Ele mesmo o capacita para aquilo para o qual está o chamando. Por isso, não precisamos ter medo porque a iniciativa é toda do Senhor. A nossa parte é responder dizendo “sim” e nos colocando inteiramente à disposição d’Aquele que nos chama.

A vocação afeta a pessoa no mais profundo do seu íntimo e quando somos afetados por esse chamado não temos como dizer “não”; a nossa resposta sempre será “sim”! "Deixei-me seduzir..."

Todos nós fomos escolhidos, chamados por Deus para uma missão. A Palavra diz que Jesus subiu ao monte e chamou os que Ele quis e os designou e os preparou para uma missão específica, a de levar a Sua Palavra por todo o mundo (cf. Mc 3, 13-19). Mas Deus não nos chama só para isso. Há lugar para todos em Seu Reino. Existem os que pregam, os que se dedicam somente às famílias, os que defendem a pátria. Enfim, é infinita a missão de Deus. O Senhor conta com corações abertos para colaborar com Ele nessa linda companhia.

Qual é a sua missão? A que você é chamado hoje? Não diga que aquilo que faz hoje não é um chamado; não é uma missão! Não diga que você não é capaz; porque quem nos capacita é Deus. O chamado foi um presente d’Ele aos discípulos e na Palavra não está escrito que eles estavam capacitados para a missão que iriam receber. Ao contrário, todos corriam o risco de fracassar, de não dar conta; mas, o segredo está em confiar e se abandonar nas mãos d’Aquele que chama, capacita e envia. Quem é chamado recebe a autoridade espiritual e o conforto da presença constante do Senhor.

Creia! Você também foi escolhido por Deus para uma missão e precisa investir nela. O Senhor o conhece e conhece a missão que escolheu para você, conhece seu potencial e também suas limitações. Não são as características pessoais de cada um que determinam a vocação, muito pelo contrário, o próprio profeta responde dessa forma: “Não sei falar, sou apenas uma criança...” (Jer 1, 6). Mas saiba: o Senhor não se importa se você tem potencial ou não, a partir do momento em que Ele nos chama, todo o potencial vem d’Ele.

Toda a graça da vocação de ser pai, de ser mãe, padre, missionário, freira, político, seja lá o que for, se é Deus quem chama toda a graça para executar a vocação vem d’Ele. Quem foi chamado só precisa responder a essa iniciativa amorosa de Deus, como Maria, que disse: “Eis-me aqui, faça-se a Tua Vontade”.

Pe. Carlos Menezes Junior

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