segunda-feira, 1 de julho de 2013

A SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI EM NOSSA PARÓQUIA

clip_image002Na última quinta-feira do mês de maio, dia 30, nossa comunidade paroquial celebrou com muita devoção a Solenidade de Corpus Christi. Essa solenidade ocorre anualmente na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade, e literalmente significa Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. A motivação litúrgica para tal solenidade é, sem qualquer sombra de dúvidas, o louvor à Santa Eucaristia, fonte de vida da Igreja. A Igreja, desde seus primórdios, sempre cumulou a Eucaristia de zelo especial, pois esse Sacramento é o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs. Portanto, celebrar a Eucaristia significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas.

Poderíamos até questionar se a Igreja já não faz memória da Sagrada Eucaristia na Quinta-feira Santa. Claro que sim! Mas na Solenidade de Corpus Christi existem outros fatores litúrgico-pastorais que justificam a sua existência no calendário do ano litúrgico. Em primeiro lugar, no Tríduo Pascal não é possível uma celebração festiva e alegre da Eucaristia; e, além disso a festa de Corpus Christi quer ser também uma oportunidade de manifestação pública de nossa fé na Eucaristia. Por isso então o costume tradicional da procissão pelas ruas enfeitadas. Enfim, na solenidade de Corpus Christi, além da sua dimensão litúrgica, está presente o lado afetivo da nossa devoção eucarística. O povo de Deus encontra nesta data a possibilidade de manifestação de seus sentimentos diante de Jesus Cristo que caminha conosco de volta para a Casa do Pai.

Quanto à origem da Solenidade de Corpus Christi diz-se que, muito antigamente, por volta da Idade Média, quando o costume era o de celebrar a missa com as costas voltadas para o povo, foi criando certo mistério em torno à Ceia Eucarística, pois todos queriam saber o que realmente acontecia entre o sacerdote e a hóstia. Então, no intuito de procurar evitar interpretações erradas de ordem mágica e sobrenatural na liturgia, a Igreja introduziu o costume de o sacerdote se voltar para o povo e elevar a hóstia consagrada para que todos pudesse olhá-la. Esse gesto foi testemunhado pela primeira vez em Paris, por volta do ano de 1.200.

Entretanto, foram as visões de uma freira agostiniana, chamada Juliana, que historicamente deram início ao movimento de valorização da exposição do Santíssimo Sacramento. Em 1209, na Diocese de Liége, na Bélgica, essa religiosa começa ter visões eucarísticas, que se vão suceder por um período de quase trinta anos. Nas suas visões ela via um disco lunar com uma grande mancha negra no centro. Esta lacuna foi entendida como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia. Quando as ideias de Juliana chegaram ao bispo, ele acabou por acatá-las, e em 1246, na sua Diocese, celebra-se pela primeira vez uma festa do Corpo de Cristo. Seja coincidência ou providência, o Bispo de Juliana vem a tornar-se o Papa Urbano IV, que estende a festa de Corpus Christi para toda Igreja, no ano de 1264.  Mas a difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313). Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas Dioceses da Alemanha.

O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições públicas da Eucaristia e diz que ·principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas.

Santo Tomás de Aquino destacava três aspectos teológicos centrais do sacramento da Eucaristia. Primeiro, a Eucaristia faz o memorial de Jesus Cristo, que passou no meio dos homens fazendo o bem (passado). Depois, a Eucaristia celebra a unidade fundamental entre Cristo com sua Igreja e com todos os homens de boa vontade (presente). Enfim, a Eucaristia prefigura nossa união definitiva e plena com Cristo, no Reino dos Céus (futuro).

Porém, precisamos destacar que muito mais do que uma festa litúrgica, a Solenidade de Corpus Christi assume um caráter devocional popular. O momento ápice da festa é certamente a procissão pelas ruas especialmente enfeitadas da cidade, momento em que os fiéis podem pedir as bênçãos de Jesus Eucarístico para suas casas e famílias.

Infelizmente devido ao tempo chuvoso nos dias que antecederam a Quinta-feira de Corpus Christi deste ano, bem como o mau tempo na manhã daquele dia, não nos foi possível enfeitar as ruas do itinerário da procissão, contudo a partir das 16:00 horas a comunidade se reuniu para celebrar essa importante data litúrgica com Celebração Eucarística na Igreja Matriz, e ao seu final, com belíssimo pôr-do-sol a comunidade ali reunida seguiu em procissão o itinerário preestabelecido, cumprindo assim essa tradição popular, que é ocasião de bênçãos eucarísticas para toda a comunidade.

Que Jesus Eucarístico abençoe a todos!

Leda e José Eugenio – Pascom

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